segunda-feira, 30 de julho de 2012

Análise sobre os dizimo (parte final)



A primeira a ser analisada é sobre Abraão, Gênesis 14:17-20: "E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. [Todas as citações são da Almeida Corrigida Fiel]"

queles que crêem que o dízimo é mandatório para os crentes do Novo Testamento argumentam que, uma vez que o dízimo foi praticado antes que a Lei Mosaica fosse dada, ele forçosamente também tem que ser praticado depois da Lei Mosaica (que tem sido feita obsoleta pelo estabelecimento do Novo Pacto, através do sacrifício de Cristo) (He 8:13).
No entanto, antes que cheguemos a qualquer decisão dura e apressada, olhemos de mais perto o texto [acima] e façamos algumas observações pertinentes:
- Não há nenhuma evidência neste texto de que dizimar foi ordenado por Deus. De fato, tudo no texto nos leva a crer que dar o dízimo foi, completamente, uma decisão e [livre] escolha de Abraão. Como tal, foi completamente voluntária. Diga-se também que o dízimo, na Lei, de modo algum era voluntário, mas sim obrigatório a todo o povo de Deus.
- Ademais, este é o único dízimo que as Escrituras mencionam que Abraão jamais deu [em toda a sua vida]. Não temos nenhuma evidência de que dizimar era sua prática geral [habitual, constante].
- Ainda mais, este dízimo proveio do despojo da vitória que Abraão adquiriu por poderio militar (Hb 7:4). O dízimo exigido sob a Lei Mosaica era sobre o lucro da colheita, dos frutos e dos rebanhos, e para ser dado em uma base anual - não o despojo de uma vitória militar!
Sobre Jacó, Gênesis 28:20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.”
Em resposta, Jacó fez o voto que, se Deus guardasse Sua promessa, ele, por sua vez, daria a Deus um dízimo. Novamente, em semelhança ao exemplo de Abraão, parece que este dízimo foi voluntário da parte de Jacó. Se ele de fato começou a dizimar [a Bíblia não o registra] depois que Deus cumpriu a promessa que lhe fez, Jacó ainda adiou o dizimar por 20 anos! [até depois da volta a Canaã.]
Estes dois são os únicos exemplos de dizimar que podem ser encontrados no Velho Testamento antes da Lei ser dada. Ambos são exemplos de “algo voluntário”, e nenhum desses dois exemplos dizimar foi pedido por Deus. Em nenhum dos personagens [Abraão e Jacó, que deram estes dois dízimos], vemos um exemplo de dizimar como uma prática geral [habitual, constante] de suas vidas. De fato, na vida de Abraão, parece que temos um dízimo como algo que ele só deu uma única vez em sua vida, e foi [um dízimo] dos despojos de uma vitória militar, dado a um sacerdote de Deus. Se nossa única evidência para obrigar crentes sob o Novo Pacto a dizimarem se apóia nestas duas passagens de Gênesis, parece-me que estamos nos apoiando em um fundamento muitíssimo inseguro!
Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos únicos e voluntários, envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi o do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente qualquer despojo dessa guerra, (Gênesis 14:22-24), aparentemente ele dizimou o que pertencia aos outros... ou o que poderia depois lhe pertencer. Nada existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua renda ou riqueza, em tempo algum.
Algumas considerações sobre Melquisedeque
Muito tem sido criado sobre o misterioso Rei de Salém (Jerusalém), em Gênesis 14, pelos mestres do dízimo obrigatório. A realidade [porém] é que, no tempo de Abraão, dizimar era uma prática pagã e um hábito voluntário especial de aceitar uma regra criada. Usar o argumento de que o dízimo é hoje obrigatório porque Abraão o deu a Melquisedeque é ridículo, pelas seguintes razões:
- Primeira, Abraão dizimou voluntariamente os despojos de guerra, não a sua riqueza pessoal.
- Segunda, não havia qualquer ordem dada por Deus no sentido dele dizimar.
- Terceira, Abraão já havia sido abençoado pela vitória que Deus lhe dera (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20,22,24). Nada existe na Escritura que diga ter sido a bênção sobre Abraão o resultado do seu dízimo.
- Quarta, o dízimo de Abraão foi um exemplo único.
(
Autor: Richard W. Garganta – extraído do Livro“The Truth About Tithing” .)


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