Mike Murdock diz que não basta amar a Deus para ser rico, é preciso semear

A vinda do doutor Mike Murdock ao Brasil para participar do programa Vitória em Cristo causou polêmica desde que foi anunciada. Neste sábado (1) foi ao ar o primeiro programa anunciado pelo pastor Silas Malafia com a presença do pastor americano. Assim como nos anos anteriores, Murdock falou quase o tempo todo sobre finanças. Autor de vários livros sobre o assunto, ele é defensor da chamada teologia da prosperidade. Seus ensinamentos em geral envolvem a chamada “semente de fé” em forma de oferta financeira.

No início do programa, Mike contou sobre sua vida. Filho de um pastor da Assembleia de Deus, que fundou sete igrejas nos EUA, e dedicava “de 4 a 10 horas” diariamente à oração. Mesmo assim, sua família era muito pobre e o jovem Murdock não entendia como isso era possível. Disse que ficava “perturbado” ao ver a dedicação do pai à oração, mas continuava vivendo na pobreza. “Eu não queria servir um Deus que faz as pessoas serem pobres”, asseverou o convidado de Silas. Desde então, Mike começou a buscar suas próprias respostas na Bíblia, afirmando que não queria ser enganado pelo que os outros diziam sobre Deus e suas promessas.

Traduzido pelo pastor Gidalti Alencar durante o programa, Murdock mostrou estar à vontade no Brasil e que está aprendendo português.Na primeira metade da conversa, dedicou-se a tentar explicar o que entende ser uma grande diferença. “A pessoa de Jesus me prepara para a eternidade, mas os princípios de Deus criam minha prosperidade”, afirmou. “A pessoa de Jesus me prepara para a morte, os princípios para a vida na terra”. A partir daí começou a estabelecer a relação entre, oração, fé e finanças, sempre referindo-se ao livro de sua autoria “31 Razões porque as pessoas não recebem sua bênção financeira”, lançado pela editora Central Gospel, propriedade de Malafaia.

Alguns aspectos que chamam atenção em seus ensinamentos é que o pregador faz amplo uso de números para determinar os valores e os propósitos de ofertas financeiras. Primeiramente, usou o texto do Salmo 112 para explicar por que faz, pessoalmente, uma oferta de “semente” no valo de 112 dólares todos os domingos quando vai ao culto.

Afirmou ainda que não ora por finanças, pois o dinheiro é apenas “um sistema de recompensa no mundo”. Ressaltou que há empresários bilionários que mesmo sendo ímpios só juntaram tanto dinheiro por que “entendem a lei de Deus na terra”. Ressaltou que é um homem muito rico, que possui 3 jatinhos e várias casas. Reclamou de quem acredita que o dinheiro é algo ruim e enfatizou que Jesus era uma pessoa rica, pois tinha um apóstolo só para carregar seu dinheiro. 

O âmago do ensinamento de Murdock foi fazer uma diferença entre amar a Deus e amar as suas instruções (leis). Apresentou várias pregações distintas, mas entrelaçadas. A primeira, como prometido, ensinou “4 princípios para não se perder (ou arrumar) emprego”. Depois, passou a explicar quais eram as “3 chaves para o dinheiro”, que são:

1) Tenho de amar as leis de Deus

2) Você tem de resolver um problema, para se qualificar a uma recompensa financeira

3) Você tem de fazer negócios com Deus

Ensinou quais eram os “8 níveis de semente” e ainda que “o único prazer de Deus é ser confiado”. Fez um apelo no final do programa, afirmando que existe 58 tipos de benção na Bíblia. Por isso, iria dar uma oportunidade para que os telespectadores vissem suas finanças “dobrar em um ano ou menos”. Basta semear no ministério de Silas Malafaia a quantia de 58 reais todo mês por um ano.

Um dos pastores mais ricos do Brasil, Malafaia editou o programa colocando em destaque na tela uma série de frases ditas pelo pastor americano. Concordando com o que estava sendo ensinado, antes de terminar o programa deu um testemunho pessoal sobre quando fez ofertas como “sementes de fé”.

Na semana passada, Silas deixou um aviso aos telespectadores: “A mensagem de Mike Murdock incomoda muita gente, porque muitos cristãos querem apenas receber de Deus, e a liberalidade denuncia seu egoísmo. Ouça tudo com atenção e depois faça o que eu disse no início da minha palavra: duvidar, criticar e determinar”. (Jarbas Aragão)