Um grupo de oito pessoas vindas da Bolívia, incluindo um adolescente de 17 anos, foi resgatado de condições análogas à escravidão pela fiscalização dedicada ao combate desse tipo de crime em áreas urbanas. Além dos indícios de tráfico de pessoas, as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas, à servidão por dívida, ao cerceamento de liberdade de ir e vir e a condições de trabalho degradantes. O grupo costurava para a marca coreana Talita Kume, cuja sede fica no bairro do Bom Retiro, na zona central da capital. A fiscalização foi a primeira a contar com a presença de membros da Comissão Parlamentar de Inquérito criada na Câmara dos Deputados para investir as causas da permanência de trabalho escravo contemporâneo no Brasil.
Grife Talita Kume é mencionada em reportagem do Profissão Repórter
No dia 12 de julho o Pavablog reproduziu um post do Blog do Sakamoto: Operação flagra escravos em oficina que trabalha para grife evangélica. Ontem (7), o Profissão Repórter também abordou o tema. E mais uma vez a grife Talita Kume foi destaque na reportagem.
A empresa pertence à família de Juliano Son, fundador do ministério Livres, nome tristemente irônico neste momento de crise aguda. O Livres nasceu em 2006 para apoiar um projeto que resgata crianças prostituídas no Nepal. O ministério já gravou 4 CDs, além de 1 DVD musical e 2 DVDs de mensagens.
Quase um mês após a primeira reportagem, a empresa mostrou despreparo para lidar com a crise. Em vez de transparência, preferiu a omissão. O texto do site que informava a origem cristã do nome (e dos proprietários) foi retirado do site, bem como a área que falava sobre a responsabilidade social da empresa. O perfil no Twitter também foi fechado para os não-seguidores.
O comunicado da Talita Kume exibido pelo programa diz que "a empresa repudia e proíbe veementemente qualquer forma de trabalho ilegal em sua produção" e afirma que "os proprietários se sentem abalados com o ocorrido".
Não se sabe se o abalo se estendeu aos cofres da empresa, mesmo após 42 autos de infração lavrados. No entanto, a imagem da empresa sofreu danos sérios e precisará de muito esforço para honrar o nome e se levantar novamente.
(Divulgação: Web Evangelista)
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