segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Estudo:“Tudo posso Naquele que me fortalece”


“Tudo posso Naquele que me fortalece”




COMENTÁRIO
(I. introdução)
Tem sido muito comum para nós declararmos sonoramente as palavras de Paulo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13), e nem sequer paramos para meditar no real significado dessas palavras e a grande lição ensinada por Paulo. Somos constrangidos a entender que em Cristo podemos alcançar grandes coisas, alçar vôos mais altos. Hoje temos a oportunidade de compreender que a ênfase não é tanto sobre a realização quanto na disposição de permitir que o poder de Deus sustente a dificuldade e a escassez, e acentuar o deleite da abundancia e da prosperidade. Tal fé demonstrada por Paulo é um estimulante para crer em toda a suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida. Aproveitemos bem e boa aula!

(II. desenvolvimento)
I. PROSPERIDADE NA ADVERSIDADE
1. Escassez e abundância. Filipenses 4.13 tem sido entendido por muitos crentes como uma afirmação geral de que realmente "tudo" esta ao alcance de nossas realizações Nunca é demais ressaltar que um 'texto fora do contexto serve de pretexto para heresias', é bom observarmos o contexto da passagem para compreender o que realmente quer dizer. Mas o que Paulo intenta registrar com tais palavras? O contexto imediato indica que o apóstolo esta tratando de necessidades pessoais, o que fica claro quando ele utiliza palavras como "pobreza"; "fartura e fome"; "abundancia e escassez"; "dar e receber", e "necessidades" (veja Fp 4.10-20). Todos estes termos tratam de necessidades físicas e imediatas e sabemos quantas necessidades o apóstolo dos gentios sofreu nestas áreas da vida e ele aproveita a oportunidade para falar como sua fé em Cristo lhe fortaleceu para enfrentá-las: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). A teologia de Paulo não ampara a tese dos teólogos da Prosperidade, nem a vida do apostolo aponta para aquilo que os tais defendem. Paulo não adquiriu grandes somas de dinheiro, não ficou rico no seu exercício ministerial, apesar de ter fundado tantas igrejas; Não foi um grande empresário do ramo da habitação quando fazendo tendas, iniciou seu ministério (At 18.3). Pelo contrario, findou sua jornada numa prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). O que realmente ele quer dizer com as palavras de Fp 4.13 é que, dentro das necessidades pessoais, com Cristo, ele terá tudo o que precisa para lidar com elas. O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
2. Perseguição e rejeição. Paulo escreve da prisão (1.12-30), embora o local dessa prisão seja uma questão ainda não definida. Alguns estudiosos acreditam que ele escreveu esta carta de Éfeso, ainda que At 19 não faça menção de nenhum aprisionamento durante o seu longo ministério entre os efésios. O fato é que, mesmo encarcerado, impressiona-nos ver-lhe a alegria e o regozijo (Fp 1.7,13,14). Qual é a origem então de tal alegria? Certamente ele possuía o desejo e a certeza de que Deus o livraria da prisão, mas não há como ter certeza disso (Fp 1.20-27; 2.24). A satisfação das necessidades materiais de Paulo não era motivo nem a medida de sua alegria, embora vivesse numa época em que prevalecia a tese filosófica de que uma pessoa auto-suficiente em todas as circunstâncias era descrita como uma pessoa 'contentada'. Apesar de utilizar um termo próprio da filosofia pagã, Paulo repudia expressamente a mera auto-suficiência (2Co 3.5; 9.9). O que prevalece, no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Sua suficiência esta em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias da vida.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O contentamento do crente não depende da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.

II. PROSPERIDADE NA HUMILDADE
1. O exemplo de Paulo. Devemos ver o exemplo de Paulo sob uma ótica de alguém que prevalece; no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Temos que, este homem escolhido por Deus para essa grande obra, alcançou altos padrões de espiritualidade ao ponto de afirmar convictamente: "Porque para mim o viver e Cristo, e o morrer e ganho" (Fp 1.21). Não que ansiasse pela morte, mas sim por uma presença mais próxima de Cristo que a morte trara. Enquanto isso, o que prevalece, no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Que belo exemplo de renúncia, altruísmo, zêlo missionário e anseio por comunhão com o seu Salvador!
2. O exemplo de Cristo. Paulo utiliza o exemplo de Cristo para impor um apelo ao amor altruísta Assim como Cristo deixou voluntariamente de lado sua glória celeste para vir ao mundo e morrer, o crente deve estar disposto a olhar além de seus próprios interesses em prol do bem-estar dos outros. maior exemplo de humildade, para o apóstolo, não era ele, mas Cristo Jesus que, mesmo sendo Deus, fêz-se homem, assumindo a forma de servo (Fp 2.5-7). A realidade da encarnação de Cristo é expressa através da sua completa renuncia quando aniquilou-se a si mesmo. Ele ocultou as manifestações de divindade e assumiu a verdadeira humanidade. Saliento que Cristo ao 'esvaziar-se' não tirou de si mesmo sua identidade como Deus. O sentido real da frase registrada em Fp 2.7 é que ele a si mesmo se humilhou, deixando seu 'status' celestial, não o seu ser divino.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ser próspero é permanecer humilde em toda e qualquer situação.

A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve ser direcionada por uma cultura de consumo que busca desenfreadamente a realização do ego em detrimento dos valores espirituais. É o que nos ensina o Novo Testamento. Na doutrina apostólica, os verdadeiros valores são os eternos e não os temporais. Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Os judeus do tempo de Jesus acreditavam que a posse dos bens terrenos era sinal do favor divino. Logo, os ricos deveriam ser tratados com especial deferência. Foi por isso que os discípulos estranharam quando Jesus afirmou: “Quão dificilmente, entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus” (Lc 18.24,25). Diante disso, indagaram: “Logo, quem pode ser salvo?”. Acreditava-se que a riqueza era evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa ideia (Lc 12.15). Paulo deixa bem claro que os bens espirituais transcendem infinitamente os materiais (Ef 3.8; 1 Co 1.30,31). Eis por que não se importou de perder tudo para ganhar o Filho de Deus (Fp 3.7,8). Não se esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado, porque nEle estão todos os verdadeiros tesouros e riquezas (Cl 2.3). Esse ensinamento sobressai-se na Epístola aos Filipenses, para Paulo, a real felicidade fundamenta-se tanto em nosso relacionamento com Deus quanto com o próximo (Fp 2.1-6; 4.2).

(III. conclusão)
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, o “tudo posso” do apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus.

(Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2012. Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves.
Elaboração de pesquisa e subsídio: Francisco A. Barbosa. Campina Grande-PB.)

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