domingo, 15 de julho de 2012
Ordenação de Pastora : O que a Bíblia diz ? (parte 1)
A questão se mulheres podem ser ordenadas, ou não, como pastoras, diaconisas, tem ocupado o centro do debate entre protestantes ao redor do mundo, em décadas recentes. Como sempre acontece o assunto tem dividido igrejas e denominações, como por exemplo, nos Estados Unidos e na Europa. Entre os evangélicos existem, de forma muito geral, duas posições básicas quanto ao assunto: os igualitaristas e os diferencialistas. Os igualitaristas afirmam que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; a subordinação feminina foi parte do castigo divino por causa da queda, com conseqüentes reflexos sócio-culturais. Em Cristo, essa punição (e seus reflexos) é removida; assim, com o advento do Evangelho, as mulheres têm direitos iguais aos dos homens de ocupar cargos de oficialato na Igreja. Os diferencialistas, por sua vez, entendem que desde a criação — e portanto, antes da queda — Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. O que nos preocupa é que a pergunta "Podem mulheres ser ordenadas para servir como pastoras e diaconisas" nem sempre tem sido respondida em termos de exegese bíblica das passagens do Novo Testamento que estão diretamente relacionadas com o assunto. A argumentação igualitarista, em particular, freqüentemente emprega argumentos baseados no avanço da civilização, na modernização dos tempos, no progresso humano, na crescente participação da mulher em outras áreas da sociedade, e nem sempre dá a necessária atenção aos textos bíblicos relevantes.(2) Algumas das obras igualitaristas em português que têm procurado dar atenção a essas passagens, nem sempre conseguem ser coerentes com seus métodos,(3) e nem sempre estão isentas do espírito reacionário que, por vezes, tem caracterizado os esforços exegéticos dos defensores da ordenação feminina.(4) Por vezes, a precipitação tem obscurecido o julgamento mesmo dos mais sóbrios exegetas igualitaristas no Brasil.(5) Embora em nosso desejo de seguirmos a verdade de Deus devamos levar em conta os tempos em que vivemos, bem como o que nos ensinam ciências correlatas à teologia, como a psicologia e a sociologia, por exemplo, ao fim, a questão só poderá ser realmente decidida em termos da Escritura — pelo menos dentro das igrejas que se consideram reformadas, e que aderem confessionalmente à regra dos reformadores: sola scriptura. Penso eu que devemos examinar, mesmo que brevemente, as passagens do Novo Testamento que não podem ser ignoradas no debate sobre ordenação de mulheres ao oficialato eclesiástico. Se interpretarmos estas passagens partindo de uma hermenêutica reformada, e se deixarmos a Escritura ter a palavra final sobre o assunto, evitaremos os extremos dos que proíbem o que Deus não proibiu, e dos que querem que a Igreja adote aquilo que Deus não permitiu.I. PASSAGENS DO NOVO TESTAMENTO USADAS PARA DEFENDER A ORDENAÇÃO DE PASTORAS-A. Romanos 16:7.Esses igualitaristas defendem que havia mulheres na Igreja primitiva que funcionavam como apóstolos. A passagem usada para avançar este ponto é Romanos 16.7, onde Paulo, em sua saudação à Igreja de Roma, menciona uma pessoa por nome Júnias: Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos, e estavam em Cristo antes de mim (Rm 16:7).
Os defensores desta tese argumentam que Júnias é um nome feminino, e que a mulher com este nome era uma "apóstola", em pé de igualdade com Andrônico. 1. JUNIA É MASCULINO OU FEMININO ? Parece evidente que Júnias era nome tanto de homem quanto de mulher no período neotestamentário. O problema é que não sabemos em que gênero Paulo o usou em Romanos 16.7. Isto explica o surgimento de variantes divergindo na acentuação, e o surgimento da variante , que é claramente uma tentativa de resolver a ambigüidade. Se tivermos de tomar uma decisão, devemos dar mais peso à palavra de Epifânio, pois ele sabe mais sobre Júnias do que Crisóstomo, já que informa que Júnias se tornou bispo de Apaméia. Concorda com isto o testemunho de Orígenes (morto em 252 D.C.), que num comentário em latim à carta aos Romanos se refere a Júnias no masculino.(8) Nomes gregos masculinos terminando em -aj não são incomuns, mesmo no Novo Testamento: André (Andre/aj , Mt 10.2), Elias (Eli/aj, Mt 11.14) e Zacarias (Zaxari/aj, Lc 1.5).(9) Para alguns comentaristas, Júnias é a abreviação de Junianius, um nome masculino — mas não há evidências claras disto. A conclusão é que não podemos saber com certeza se Júnias era uma mulher — mais provavelmente era um homem. É por isto que a maioria das traduções modernas, onde possível, traduzem Júnias como masculino (e não Júnia, feminino).(10) (Fonte:Ministério CACP-Pr. Afonso Martins)
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