Hoje vou postar sobre o tema pertinente: A corrida desenfreada do cristão a respeito dos assuntos materias. E tentei resumir o máximo para que não seja muito cansativo para o leitor.
Acima a imagem mostra um crente cosumidor do evangelho pós-moderno que diz: ”
Obrigado Senhor porque não sou como os fariseus religiosos!”, se referindo aos
crentes que insistem em enxergar o evangelho tradicional.
O que significa cristianismo consumista? Geralmente é qualquer tentativa de edificar o Reino de Deus ou enaltecer o indivíduo cristão (ou atrair ao cristianismo o convertido em potencial) através de meios e métodos que apelem à carne, ou seja, ao enganoso e auto-serviente coração do homem.
O consumismo no sentido comercial é um conceito embasado na satisfação do cliente, sendo essa a chave para o sucesso de qualquer empresa comercial. O produto ou serviço deve ser adaptado aos desejos e conscientes necessidades do cliente, ou então não haverá lucro sustentável. O consumismo é importante, pois se não houver cliente também não haverá lucro e, portanto, nenhum negócio.
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Falando de modo mais simples, o cristianismo engloba tudo que é necessário para a humanidade saber e fazer, a fim de se reconciliar com Deus, agradando-O diariamente, para depois ir viver com Ele, por toda a eternidade. Não se trata de esforço e, na verdade, não se relaciona a negócio, nem aos conceitos a este associados. Qualquer tentativa de entravar o cristianismo bíblico através de princípios comerciais é, no mínimo, acrescentar metodologias inúteis à Palavra de Deus. Pior ainda, esse tipo de tentativa rejeita a suficiência das Escrituras, favorecendo as obras da carne, extinguindo o Espírito Santo, sujeitando a pessoa aos enganos e, finalmente, à escravidão ao deus deste mundo. Em qualquer caso, isso conduz à destruição espiritual da igreja, com eternas conseqüências.
O cristianismo consumista está no coração do movimento de crescimento da igreja (bem como nas seitas pseudocristãs). Muitas igrejas evangélicas têm-se entregue de todo o coração a uma tendência comercial objetivada, a princípio, no esforço de atrair os perdidos, os quais são vistos como clientes em potencial. Como os descrentes freqüentam a igreja, misturando-se aos novos e antigos membros, os conceitos de consumo se espalham, inevitavelmente, por toda a congregação. Esses conceitos, também, inevitavelmente, afetam a pregação, a música, os programas da EBD, etc., os quais, por sua vez, produzem uma superficialidade através de toda a congregação.
Será que o consumismo tem respaldo nas Escrituras? Será que Deus organizou o Seu Evangelho, a fim de gratificar os desejos mundanos da humanidade? Será que existem algumas coisas na Bíblia que deveriam ser estrategicamente evitadas, a fim de não se perderem alguns crentes “em potencial”? Será que a Palavra de Deus reflete uma preocupação no sentido de que os crentes deveriam manter o seu “negócio” em qualquer lugar, quando não sentirem que as suas necessidades não estão sendo satisfeitas? Será que a Bíblia nos manda tornar a verdade mais aceitável, alimentando com ela os perdidos de formas mais diluídas ou com entretenimentos? Será esse o evangelho que salva, após ter sido alterado para atrair os não cristãos? Se qualquer descrente, mesmo remotamente, achar que é assim, é provável que o pensamento mundano já tenha gravemente influenciado a sua compreensão da Bíblia.
Esse empreendimento de crescimento da igreja não é tão novo no cristianismo. É uma crônica de se fazerem as cosias à maneira do homem, desprezando o modo de Deus. No século 4, o Imperador Constantino agiu de igual modo em estratégias de sucesso no “crescimento a igreja”. Ele professou ter-se tornado cristão e induziu metade do Império Romano a agir de igual modo. Essa era de compromissos feitos pelo Imperador (que se autonomeou “Vigário de Cristo” e “Bispo dos Bispos”, a fim de conseguir novos convertidos, pode ser caracterizada por Will Durant em sua “História do Cristianismo” (1). Outro historiador escreve: “Longe se ser uma fonte de melhoramento (sobre a perseguição que os cristãos sofriam antes), essa aliança [política] foi uma fonte de ‘maior perigo e tentação’ … Indiscriminadamente incluindo as igrejas [de pagãos]… simplesmente jogou bem longe os marcos claros e morais que separavam a ‘igreja’ do ‘mundo’” (2).
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O cristianismo consumista jamais foi um caminho de mão única. Ele age como um “toma-lá-dá-cá”. Tetzel, o monge dominicano do século 16, foi um mestre manipulador na venda de indulgências. Por isso, o seu trabalho se tornou muito mais fácil ao “condescender” com as naturezas auto-servientes dos seus clientes católicos, [pois] tanto os ricos como os pobres se dispunham a pagar qualquer quantia, a fim de se livrarem das chamas do inferno e do purgatório.
O protestantismo teve a sua própria cota, tanto de artistas espirituais defraudadores como de ingênuos dispostos a serem defraudados. Se Tetzel foi um instrumento para a construção da Catedral de São Pedro em Roma, os evangelistas da “saúde e prosperidade” mais ainda o foram, no século 20 (continuando a crescer muito, na atualidade), tendo ajudado na construção da Trinity Broadcasting Network, dentro da mais ampla rede de TV religiosa do mundo. Distorcendo e aderindo à doutrina bíblica da fé em um poder, qualquer pessoa pode usar esses falsos homens e mulheres para conseguir saúde e cura, os quais têm amealhado individualmente verdadeiras fortunas às expensas dos biblicamente fracos e iletrados, bem como daqueles“cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas” (Filipenses 3:19).
O cristianismo consumista é uma mentalidade ou metodologia que tenta enriquecer os cristãos, tanto material como espiritualmente, além de atrair novos convertidos à fé, embora por caminhos e métodos que não se enquadram na Palavra de Deus, nem na obra do Espírito Santo. Quer seja ele apresentado sutil ou visivelmente, compreensível e ou incompreensivelmente, envolve sempre um apelo à decaída natureza humana. Além disso, o cristianismo consumista tem por objetivo agradar e glorificar o ego, em vez de agradar a Deus.
T. A. McMahon
Fonte: Título original, “O Cristianismo Consumista
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