Símbolo da luta contra o Apartheid, regime de segregação racial que dividiu a África do Sul no século XX, o ex-presidente Nelson Mandela faleceu ontem, 05 de dezembro, aos 95 anos de idade, vítima de complicações pulmonares. Ao redor do mundo, milhares de pessoas prestaram homenagens ao líder cristão sul-africano que uniu a naçãoem torno da superação de décadas de divisão e opressão contra os negros pela minoria branca. Líderes cristãos usaram as redes sociais para lamentar a perda e exaltar o legado do estadista premiado com o Nobel da Paz em 1993, depois de ter sido libertado da prisão em 1991, onde havia sido confiando por 27 anos.
Rolihlahla Madiba Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 em um vilarejo do bantustão na província de Transkei, recebeu o nome Nelson aos 7 anos por professores, seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças, quando se tornou o primeiro da família a ir para a escola. “Bantustão” era o nome das prisões rurais destinadas aos não brancos pelo governo da África do Sul durante o Apartheid, política racista praticada na África do Sul desde o início do século passado e oficializada em 1948, após eleições onde apenas brancos votaram.
Descendente de Thembu, chefe de um clã dos Xhosas, um dos muitos povos locais da África do Sul, Mandela teve sua educação permeada de formação cristã por influência de sua mãe. Foi batizado na Igreja Metodista e, quando tinha apenas nove anos, seu pai morreu. Adotado pelo chefe Jongintaba Dalindyebo, o regente do povo Thembu, mudou-se para a capital de Thembuland onde ouviu pela primeira vez falar de como África tinha vivido em paz relativa até à chegada dos brancos.
No ano de 1939, Mandela entrou para a University College de Fort Hare, de onde foi expulso devido aos seus atos, considerados de insubordinação. Pouco depois entrou para a Universidade de Witwatersrand para estudar direito e envolveu-se ativamente no movimento antiapartheid inscrevendo-se no ANC (Congresso Nacional Africano) em 1942.
Durante 20 anos liderou uma campanha pacífica e não violenta contra o Governo e as suas políticas racistas, até que em 1960 a morte de 69 pessoas pela polícia durante uma manifestação o levou a optar pela guerrilha como forma de defender sua causa. Por causa de seu ativismo, em 1963 foi levado ao tribunal e condenado, com outras dez pessoas, à prisão perpétua por ofensas políticas, incluindo sabotagem.
Porém, sua prisão deu ainda mais força à luta antiapartheid e, durante os 27 anos que passou encarcerado, ele se tornou símbolo dessa luta e continuou liderando os grupos negros, mesmo estando preso. A partir de 1985, ele iniciou o diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele não voltasse à luta armada.
Quando foi libertado, emergiu como cabeça do ANC, liderando a reconciliação com os seus opressores de forma a conduzir o país pacificamente na sua transição após a era de 46 anos de segregação.
Nelson Mandela
Considerado um dos maiores líderes políticos da história, Mandela chegou a ser considerado por muitos como um verdadeiro “santo”. Porém, firmado em sua formação cristã, ele mesmo se classificou como um pecador e afirmou: “Eu não sou um santo. A não ser que você pense em um santo como um pecador que continua tentando”.
Sobre sua luta, afirmou: “Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”. Em outro momento disse que “enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.”
Em sua biografia fez questão de ressaltar sua fé cristã. Quando mais novo estudou em uma escola missionária da Igreja Metodista, onde foi batizado. Enquanto esteve preso, o Concílio Metodista fez lobby para tentar sua soltura na época. (Por Dan Martins e Renato Cavallera).
Nei Thomaz através do blog Gospel + fez um comentário que diz "Pautou sua luta pelos ensinos de Cristo? Como assim? A não violência no caso dele foi um caminho político e não fruto de conversão! Muita gente age assim, o que é lindo, mas essas mesmas pessoas não recebem a mesma consideração. A não violência delas é menos valiosa só porque são anônimas? Espero que ele tenha se acertado com Deus antes de morrer, como espero que isso aconteça a qualquer um.
Agora, heroificar o cara já ultrapassa o bom senso. É um disparate quando famosos morrem e as pessoas ficam tentando beatificá-los. Biografias não contam tudo, principalmente as autorizadas, que contam o que convém. Mandela militou pelo comunismo e abraçou a postura pacifista porque entendeu que assim iria mais longe. Mas enfim, cada um pensa o que quiser. Um cara inteligente com certeza, mas exemplo cristão??? Sinceramente, o único que serve de exemplo é Jesus (Yahushua).
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