Strange Fire The Danger of Offending the Holy Spirit with Counterfeit Worship [Fogo Estranho: O perigo de se ofender o Espírito Santo com louvor falso] é o mais recente livro do influente pastor John MacArthur Jr. Além da obra, que será lançada em novembro, seu ministério realizou uma conferência com o mesmo nome. Durante o final de semana passado, ela reuniu 3 mil pastores e foi transmitida gratuitamente pela internet para cerca de 120 países. Desde então, a polêmica vem crescendo a cada dia.
O que está em questão é o antigo debate sobre os dons do Espírito Santo. Para cessacionalistas, linha teológica de MacArthur, os dons cessaram quando o último apóstolo morreu. O debate não é novo, desde o início do pentecostalismo moderno, vem desde as reuniões de avivamento da Rua Azusa, em Los Angeles, no ano de 1906.
O argumento dos pentecostais tradicionais e os neopentecostais é que nada mudou, o Espírito Santo continua agindo como nos dias do Livro de Atos, incluindo oração em línguas, curas e milagres.
A questão doutrinária não é tão séria em muitos países, onde tradicionais e pentecostais não estão divididos por este motivo. Mas nos Estados Unidos, que influencia a maior parte da teologia moderna, as acusações e questionamentos não param.
A revista Charisma, órgão de imprensa mais influente no meio pentecostal, tem publicado diariamente artigos sobre o tema. Por um lado, muitos líderes pentecostais acusam os sençassionalistas e igrejas históricas de serem “frios” e “fundamentalistas”.
Para o teólogo Eddie L. Hyatt, o mais recente livro de MacArthur “não representa uma busca honesta da verdade… Ele defende que as expressões modernas dos dons espirituais são falsas. Contudo, para isso utiliza evidências seletivas, o que gera um argumento circular. Ele começa e termina no mesmo lugar pois seu pressuposto é que ele já tem a resposta… Chamar pregadores pentecostais de hereges… curandeiros fraudulentos… e estelionatários espirituais são acusações sérias”, escreveu ele.
George O. Wood, presidente da Assembleia de Deus nos EUA, também se manifestou. “Reconheço que desde o século passado surgiram aberrações isoladas no comportamento e na doutrina dos que se identificam como pentecostais ou renovados. Mas o movimento como um todo provou ser uma força vital na evangelização mundial, o cumprimento da promessa que Jesus fez aos seus discípulos em Atos 1:8. Em nome dos 66 milhões de adeptos e mais de 360 mil igrejas da Assembleia de Deus em todo o mundo, agradeço a Deus que a fé e a vida da igreja de Atos 2 ainda estão sendo seguidas e vividas até hoje”.
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“Ele [o livro] é para a igreja verdadeira, para que as pessoas possam ter discernimento e sejam protegidas dos erros, e assim possam ser uma fonte de verdade para os outros, os que estão fora da igreja”, asseverou.
Aos que o acusam de não ter amor pelos irmãos pentecostais, replicou “Falta de amor é deixar as pessoas na escuridão e no erro. Também fui acusado de dividir a Igreja. Concordo com isso. A verdade, por sua própria natureza, causa divisão… É muito mais importante estarmos divididos pela verdade do que unidos pelo erro… Queria poder chamá-los de irmãos. Mas, o movimento pentecostal é feito, em grande parte, por “não-cristãos”.”
Entre os muitos pastores que apelaram pelo meio termo, está Mark Driscoll, da Igreja Mars Hill em Seattle. Ele esteve na conferência de McArthur, onde distribuiu gratuitamente cópias de seus livros. Também escreveu uma “carta aberta” a McArthur agradecendo quando o experiente pastor o criticou no início de seu ministério.
Driscoll acredita que o livro e a conferência de McArthur pode gerar uma necessária reflexão sobre a pessoa e obra do Espírito Santo em nossos dias. Contudo, pediu que McArthur estivesse mais aberto para dialogar com quem discorda dele.
Até o momento, McArthur não respondeu. O livro não tem data para ser lançado no Brasil. Curiosamente, entre as várias editoras que publicam outros livros de McArthur no Brasil, está a CPAD, ligada à Assembleia de Deus. Com informações de Christian Post e The Resurgence.
(Jarbas Aragão)
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