terça-feira, 16 de abril de 2013

Santo Agustinho e sua Teologia



A eclesiologia (Termo de origem grega, ekklesia, "igreja" e logia, "estudo") adotada pelo cristianismo foi formulada por santo Agostinho ou Agostinho de Hipona. Apesar de ter havido uma ruptura entre católicos e protestantes na prática tem prevalecido o mesmo sistema ensinado por Agostinho.

O cristianismo nas suas variadas formas quase que sem exceção rejeitam o sábado do 4º mandamento da lei de Deus registrado em êxodo 20: 8-11. Os argumentos utilizados para tentarem justificar a abolição dos mandamentos de Deus mais exclusivamente o sábado são variados, e entre eles estão: de que o sábado foi instituído exclusivamente para os judeus, que Jesus com sua morte anulou a lei, que os cristãos por estarem debaixo da graça e por não serem judeus estão desimpedidos de observar o sábado. E que o dia do Senhor é o domingo, e etc.

Agostinho formulou a teologia da substituição; ou seja, de que Deus rejeitou a Israel e o substituiu pela igreja; para Agostinho Israel deixaria de ser o povo de Deus, pois segundo ele foram culpados de deicídio (do Latim, Deus + cida, "matar") “ou morte de Deus”, e os gentios passariam então a ser o Israel espiritual. E baseado em interpretações equivocadas de alguns textos das cartas de Paulo argumentou que como a aliança era nova, a lei também deveria ser, ademais o que foi instituído para os judeus, pertencia exclusivamente aos judeus.
Com isso deu força ao anti-semitismo que se propagou pelo mundo. No Concílio de Laodiceia 363-364 DC. Saiu o edito que não só proibia como amaldiçoava os cristãos de observarem o sábado e também neste mesmo concílio confirmou-se a guarda do domingo.

Ora, se foi preciso um concílio para que o sábado fosse abolido significa naturalmente que ele era observado. Outro fato importante é que não existe um texto bíblico que comprove que o sábado foi abolido, e muito menos que o domingo passou a ser o dia do Senhor; portanto não existe nada a não ser os escritos e orientações dos chamados “pais da igreja” para apoiar a idéia do domingo como dia de guarda.

A realidade bíblica nos mostra que este pensamento não procede de Deus. Imaginem Deus instituindo a sua lei para os judeus, e por um longo período exigindo que eles cumprissem tais determinações, a ponto de pagarem com a própria vida os que se rebelavam contra tal determinação. O que o cristianismo atual ensina, baseado no sistema agostiniano, é que Deus estava equivocado. Os cristãos não mais necessitam de lei, o sábado do 4º mandamento foi um “erro” que Deus cometeu e que reparou somente no período cristão e que a nova aliança foi uma instituição a parte de Israel com o objetivo de anular a lei, se não na totalidade na sua parcialidade, o sábado do 4º mandamento por exemplo. Porém, a bíblia em nenhum momento declara isso. Jeremias 31:31-33.

O escritor de hebreus cita esta profecia, Hebreus. 8:10; 10:16. Perceba que a promessa não é abolir a lei, mais sim internalizá-la. Quando os defensores do cristianismo agostiniano defendem a abolição da lei, eles estão dizendo que Jesus foi contra a lei, e isso não procede. Como podemos provar que Jesus não foi contra a lei de Deus? (1) Jesus foi mestre em Israel. Mateus 22:16; João 18:20. Os líderes religiosos dos dias de Jesus procuravam ocasião para condená-lo, caso Jesus estivesse ensinado contra a lei teriam eles achado motivo real para tal condenação. (2) Alguém que fosse contra a lei de Deus jamais teria sido considerado pelos líderes religiosos como sendo mestre em Israel. (3) Jesus jamais teria ensinado em uma sinagoga.

Os teólogos “sábios e doutores” ensinam que a lei de Deus foi substituída pela graça. Mediante esta afirmação como conciliar este ensinamento com Hebreus 8:10 e 10:16? (“Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei: e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos”.) ISSO SIM É GRAÇA. É Deus fazendo para o homem o que lhe era impossível, ou seja, ter a lei somente diante dos olhos mas não tê-la no entendimento, de nada adiantava.


A lei sendo algo espiritual, poderia servir de alguma coisa para o homem carnal? Sim, somente para condená-lo. De outra forma como Deus procederia? Abolia a lei? Como ficaria então o pecado, sem condenação? De maneira nenhuma. Portanto abolir a lei como querem os teólogos é dizer que não existe pecado neste mundo de misérias, e dizer que Deus mudou a sua lei, significa dizer que Deus errou e posteriormente se arrependeu. Números 23:19 (“Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: porventura diria ele, e não o faria? ou falaria, e não o confirmaria?”)

Observem também o apóstolo Paulo dizendo concernente a espiritualidade da lei. Romanos 7:14 (“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado”.) Quando alguém diz que a lei de Deus foi abolida, não seria a carnalidade tentando de todas as formas se livrar da lei de Deus?

Observem também que o apóstolo diz: a lei é espiritual... não diz que ela foi algum dia espiritual. O próprio Paulo que tinha prazer na lei de Deus exclamou: (“Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte”? - Romanos 7:24) O interessante que ele mesmo dá a resposta para a indagação; Romanos 8:1 (“Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”.)

A condenação não existe e não existirá, para os que estão em Cristo. A teologia agostiniana ensina que Jesus aboliu a lei, segundo tal teologia existem dois meios pelos quais podemos encontrar a “salvação” [a] basta me filiar a qualquer denominação cristã, visto que todas dizem acreditar em Jesus, [b] como não existe mais a lei, logo não existe condenação todos estão salvos (universalismo.) Na realidade a eclesiologia de Paulo é outra; quando Deus fez a promessa que internalizaria a sua lei em nosso entendimento, foi com o objetivo de que ela pudesse cumprir o papel a qual ela foi endereçada ou seja para refletirmos o caráter de Deus. Romanos 8:4 (“Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito”.)

Diferentemente da teologia dispensacionalista de Agostinho, a morte de Jesus não teve por objetivo abolir, cancelar ou anular a lei, Jesus com o seu sacrifício pagou a pena imposta pela lei, para todas as pessoas? Não. Para aqueles que mediante o santo espírito andam em novidade de vida. O andar em novidade de vida é ter a justiça da Lei implantada por Deus no coração, algo bem diferente de ter a letra da Lei apenas diante dos olhos.

Evandro da Cunha Madeira

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