No mesmo dia que viu seu rosto
num boneco de “judas” em uma
manifestação da Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal,
o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, foi criticado
publicamente por um pastor evangélico.
O jornal Estado de São Paulo publicou uma entrevista com o
pastor Ricardo Gondim. Após ter passado anos como um dos mais influentes
pensadores da igreja brasileira, Gondim rompeu com parte do movimento
evangélico, depois ter sido atacado e chamado de herege, por suas críticas à
chamada “teologia da prosperidade”.
O líder da Igreja Betesda, que já foi da Assembleia de Deus,
denominação de Feliciano, foi bastante enfático: “A permanência do pastor Marco
Feliciano no cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
desgasta a imagem do mundo evangélico no País, provoca constrangimentos e
rejeições… O desgaste para o mundo evangélico já é patente. Existe o risco de
rejeição ao grupo. Se ele realmente se vê como representante do mundo
evangélico no parlamento, a renúncia seria a atitude mais lúcida diante do
atual estado de coisas”.
Mestre em ciências da religião, Gondim, 58, também criticou as
declarações de Feliciano no Twitter, afirmando de que a África e seus
habitantes seriam amaldiçoados por Deus. “Tal tipo de teologia é racista
e fundamentalista na sua essência”. Esse tipo de pensamento foi gerado centenas
de anos atrás para justificar a escravidão, mas permanece vivo em alguns
segmentos evangélicos, sobretudo nos que são mais influenciados pelos Estados
Unidos.
Para o influente autor e teólogo, Marco Feliciano “pouco
representa as tendências protestantes. Foi eleito por um segmento muito
alienado politicamente. Candidatos como ele são eleitos, geralmente, para se
tornarem os representantes de sua igreja no parlamento. Eles se preocupam mais
com os interesses da igreja do que com as questões que dizem respeito a todo o
País”.
O pastor Gondim vai além, dizendo acreditar que a união civil
dos homossexuais deve ser aceita, pois o Estado é laico.
“A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente
estáveis e, na minha opinião, as demandas civis de qualquer grupo precisam ser
contempladas pela sociedade e seus órgãos de representação”, assevera.
Curiosamente, também neste sábado Feliciano apagou todas as
imagens de sua conta na rede social Instagram. Pelo Twitter, explicou “Fui
obrigado a retirar as fotos, pois não há limites para a crueldade das pessoas
em seus recados”. Disse ainda estar feliz com “as milhares mensagens de
apoio” que tem recebido de pessoas “de todas as religiões, inclusive aos que
não tem religião”. Com informações IG e Estadão.( por
Jarbas Aragão)
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