quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Menina paquistanesa com síndrome de Down é presa por queimar páginas do Corão



No Paquistão, ma acusação contra um cristão pode terminar em morte, desta vez, Ramsha, uma menina de apenas 11 anos, foi acusada de blasfêmia, por ter rasgado 10 páginas do Alcorão. Segundo as autoridades policiais, a garota, que é analfabeta e teria síndrome de down, mesmo com muita dificuldade para falar declarou que não sabia se tratar do livro sagrado dos muçulmanos.
Quando souberam do livro queimado, de 600 a 1.000 muçulmanos furiosos cercaram, aos gritos, a casa da menina, que fica localizada em um bairro pobre da capital Islamabad. Ela e sua mãe foram agredidas pela população local.
Uma estrada foi bloqueada durante os protestos e a comunidade cristã da cidade fugiu junto com os parentes da garota. Acredita-se que mil famílias tenham deixado Islamabad após o incidente.
A polícia chegou para conter a confusão e prendeu a menina, que está detida, acusada de blasfêmia.
O investigador da polícia Zabhiullah Abbasi afirmou à agência de notícias France Presse que Rimsha vai ficar em detenção provisória até o dia 25 de agosto e que, em seguida, comparecerá diante de um tribunal para ser acusada de blasfêmia.
Esse policial declarou que Rimsha era iletrada, mas considerou, com base em um exame médico realizado depois de sua prisão, que ela não apresentava problemas mentais. "A menina tem 16 anos e, de acordo com o relatório médico, ela é normal", afirmou.
Já o diretor de uma organização que representa as minorias paquistanesas, Tahir Naveed Chaudhry, declarou neste domingo à AFP que Rimsha tem Trissomia 21, ou Síndrome de Down.
Casos suspeitos de blasfêmia são duramente punidos no Paquistão, um país muçulmano conservador, onde minorias religiosas vivem com medo de perseguição.
A controversa lei da blasfêmia, que foi aprovada durante o mandato do ditador militar islâmico Mohammed Zia-ul-Haq (1977-88), contempla inclusive a possibilidade da pena de morte por difamação contra o Islã ou o profeta Maomé.
A lei foi utilizada várias vezes pelas autoridades para atingir indivíduos de grupos religiosos minoritários. Ativistas e defensores dos direitos humanos denunciam abusos e pedem que a lei seja abolida. No Paquistão, país criado em 1947 como pátria para os muçulmanos do subcontinente indiano, aproximadamente 97% da população é islâmica, segundo o último censo das autoridades. 
Um casal cristão foi condenado a 25 anos de prisão em 2010, depois de ter supostamente tocado no Corão com as mãos sujas. Em julho deste ano, milhares de pessoas arrastaram um homem acusado de profanar o Corão, no centro da cidade de Bahawalpur, o espancaram até a morte e colocaram fogo em seu corpo.
De acordo com a lei paquistanesa, o crime de blasfêmia é punido com a pena de morte, mas, um comunicado da presidência do Paquistão argumentando sobre a impossibilidade de Ramsha compreender o conteúdo do livro, por não saber ler, pode ser uma chance para que a garota escape da condenação, cuja pena máxima é a execução.
Após a divulgação do caso, aproximadamente 150 pessoas se dirigiram ao bairro cristão onde a Ramsha mora para protestar, a multidão ameaçou queimar a menina por causa de seu ato. Assustados, centenas de famílias cristãs fugiram do local temendo o ataque dos manifestantes. Porém, a polícia conseguiu deter a ação dos agressores.

(Publicado por Valder Damasceno no Redação Gospel+/ R7 Noticias)

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